Leandro Luna sempre esteve conectado à arte. Hoje, ele brilha como ator, dublador, cantor e produtor em diversos trabalhos que coleciona em sua carreira. Em reconhecimento a tantos talentos, o artista chegou a ganhar o prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator com um dos projetos que produziu.
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Interpretando Cadú, ou melhor, a drag queen Emma Bovary, o ator é coprotagonista da peça online “A Vela”. O personagem é expulso de casa pelo pai, que não aceita sua orientação sexual, e volta vinte anos depois para tentar fazer as pazes e entender porque o pai agiu daquela forma. A última sessão está prevista para o dia 10 de dezembro e os ingressos podem ser adquiridos no site da Eventim.
Leandro bateu um papo exclusivo com o EntreMusic Brasil e falou sobre trabalhos marcantes, como é interpretar uma drag queen, a mensagem que a peça quer passar aos espectadores e muito mais. Confira abaixo!
Você é ator, dublador, cantor e produtor. De onde veio esse interesse pela arte?
Sem dúvidas, da alma! Costumo dizer que a gente, artista, não escolhe a arte, a arte escolhe a gente. Desde muito pequeno eu sempre gostei de cantar, dançar, me apresentar em rodas de amigos, familiares, no colégio e, felizmente, pude compreender no transcorrer dos anos que a resposta estava ali o tempo todo. A luz da minha alma está conectada à ARTE, e é através dela que eu me expresso, me comunico, troco e aprendo com as pessoas.
Quais trabalhos você considera os mais marcantes da sua carreira?
“Meu Amigo, Charlie Brown – Um Musical da Broadway” foi minha estreia em produção em 2010. Foi uma verdadeira escola produzir esse projeto, o musical foi remontado em 2016 com um elenco estelar, temporadas em SP, RJ e turnê por 6 capitais do Brasil, e me rendeu ainda o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator.
Ainda tiveram outros grandes projetos, como “Priscilla Rainha do Deserto”, “Vingança”, “O Cravo e a Rosa”, “Pacto”, “A Vela”, e outros.
Na peça online “A Vela”, você interpreta um homossexual que trabalha como drag queen e anos depois reencontra o pai. Como é viver esse personagem?
Emma Bovary, a personagem que interpreto no espetáculo, é um símbolo do que retratamos em nossa sociedade. Filhos que são expulsos de casa por preconceitos e tabus instaurados na estrutura familiar, e que muitas vezes não têm a oportunidade de serem ouvidos, compreendidos e respeitados pela sociedade e principalmente pelos próprios pais.
Eu me sinto muito realizado como artista ao dar vida a uma personagem tão relevante, que propõe reflexões profundas, e que certamente contribui para que o espectador se conscientize e reflita sobre a sua responsabilidade, na construção de um futuro mais harmonioso.
Já viveu ou presenciou alguma história similar a do personagem?
Sim, com certeza. Por isso, o espetáculo emociona tanto o público. Todos nós conhecemos ou vivemos histórias semelhantes a que encenamos no espetáculo. Do preconceito, da violência, da intolerância, da ignorância, da falta do acolhimento às diferenças e também, do perdão, da empatia e do respeito. Esta, é uma realidade que vem sendo desconstruída aos poucos em nossa sociedade, através de muita educação e resistência, e a arte, o teatro, é uma das ferramentas mais potentes para se alcançar esse tão almejado objetivo de um dia, sermos finalmente, uma sociedade mais justa e amorosa.
A peça aborda questões importantes, como as relações humanas e o preconceito. De que forma você acha que ela pode ser positiva para as pessoas?
A peça emociona porque toca os corações. Assistir ao reencontro de um pai e um filho, que depois de 20 anos tem a oportunidade de uma última conversa, nos revela, com muita sensibilidade, o quanto todos nós podemos melhorar como seres humanos, perdoar, respeitar e amar mais, enquanto temos tempo.
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