Cantora e compositora mineira, Ella A tem 25 anos e em 2012 se mudou para Noruega. Sua história com a música começou ainda na infância, quando passou a se interessar por canto.
Em 2022, a artista fez sua estreia na banda Ella & The Pepperjuice, ao lado do duo de DJs e produtores franceses. E no ano seguinte, quando decidiu trilhar os passos em carreira solo, Ella chegou às semifinais do Melodi Grand Prix com a música “Waist”.
Recentemente, lançou a música bilíngue “Soca Fofo”, feat com a rapper e influenciadora Vitty. Além delas, também assinaram a composição da faixa a inglesa Penny Foster, creditada em “National Anthem”, da Lana Del Rey, King Saints, que assinou 11 faixas no último álbum da cantora IZA, El Speaker e Elior.
Ella, conta um pouco pra gente sobre sua história com a música?
Eu comecei a cantar aos 2 anos de idade quando meu pai me introduziu a um DVD gravado ao vivo da Sarah Brightman (La Luna). A partir dali eu já estava completamente encantada e sabia que era isso que eu queria pra mim. Inclusive, nunca quis outra coisa. Aos 9 ou 10 anos comecei a cantar no coral da escola, e aos 11 entrei no coral infanto-juvenil do Palácio das Artes em Belo Horizonte. Ali comecei a me profissionalizar.
Em 2012, mudei para a Noruega e depois de um semestre de ajuste, voltei a fazer aulas de canto solo como soprano e continuei até os 17. Neste período, participei de competições estaduais e performances do conservatório de música de Tromsø, cidade na qual morava. Durante minha infância e adolescência sempre quis seguir carreira como cantora lírica, mas sempre tive muita influência de artistas internacionais do Pop e do Rock, tanto dos anos 2000 quanto dos anos 70 e 80. Por ser apaixonada pela arte da performance acabei migrando oficialmente para o Pop no final do ensino médio.
Após dois meses da minha formatura, me mudei para Oslo (capital da Noruega) para seguir atrás do meu sonho. Trabalhei como caixa de mercado para custear os meus gastos e faculdade. Fiz dois anos de produção e composição musical e um ano de Music Business. No segundo ano de produção, conheci meu empresário e começamos a trabalhar nas músicas que temos lançado.
Em 2022, vim para o Brasil para lançar meu primeiro single “Criminal” com participação do Xamã. A música foi tema do filme “Me Tira da Mira”, estrelado por Cleo Pires e Fiuk.
No ano seguinte, participei pela primeira vez das seletivas Nacionais do Eurovision na Noruega, a convite do programa, evento que me trouxe mais notoriedade na Europa. No meio do ano, assinei contrato com a gravadora norueguesa Tylden. Desde o segundo semestre de 2023, tenho viajado entre os EUA e Brasil trabalhando nos próximos passos do meu projeto.
Como você se divide entre a Noruega e o Brasil?
Quando mudei para a Noruega vinha para o Brasil todo ano. Depois de um tempo, principalmente pela diferença de um semestre do ano letivo, passei a vir a cada dois anos. De 2020 pra cá, venho a trabalho e aproveitar o tempo livre entre os compromissos para estar com a minha família e amigos de infância.
Agora, pela primeira vez, estou passando quase um ano completo aqui desde que me mudei pra lá. Tem sido uma experiência incrível! Não passar pelo inverno rigoroso e ao mesmo tempo poder disfrutar da companhia de pessoas que não convivia há 12 anos é demais! E estar imersa na música e cultura brasileira 24 horas por dia é um presente. Acredito, de verdade, que esse período aqui era algo que eu precisava, e que tem me feito crescer como artista, compreender melhor o que eu quero fazer e como. O mais interessante disso tudo é perceber que eu realmente não tenho um só lugar para chamar de lar porque me sinto em casa.No entanto, estou com saudade da outra casa e com saudade de casa ao mesmo tempo, o tempo todo.
Quais são as suas principais referências?
Eu me sinto muito sortuda de vir de uma família de gosto muito eclético! Então, minhas referências são várias e de vários gêneros diferentes. Mas para mencionar algumas das maiores:
Sarah Brightman, Madonna, Beyoncé, Lady Gaga, The Doors e The Beatles.
O Melodi Grand Prix foi um grande marco da sua carreira solo. Conta um pouco sobre essa experiência?
Com certeza foi uma experiência única e marcante! O processo de preparação foi longo e muito divertido. Como de costume, eu me envolvi muito em todos os aspectos, desde as luzes e coreografia até a composição e performance. Então foi algo muito autêntico, bem Ella, que era o mais importante pra mim. Fui a única participante a levar meus próprios dançarinos e coreógrafo. O mais importante de tudo pra mim era que, por ser a primeira brasileira a participar do MGP, que fosse algo memorável e marcante. E foi.
A performance e a música foram muito bem recebidas pela crítica nacional e pelos fãs internacionais do programa. Todos viram como algo de certa forma inovador, e isso me orgulha muito! A gente sabia do risco de trazer algo que não tinha sido feito ainda daquela forma para um público bem mais conservador. Mas fizemos história, e isso em si, é uma vitória muito grande. Os fãs do programa pedem que a gente volte até hoje. Vamos ver! (risos)
De onde surgiu a ideia de lançar uma canção bilíngue? Como está sendo a repercussão dos seus últimos lançamentos, principalmente, “Soca Fofo”?
Eu amo lançar canções bi-trilingues, até quadri. Acho que essa mistura cultural me representa muito bem. Waist, do MGP, teve inglês, português e norueguês. Então, eu me sinto muito em casa com isso e acho que é uma forma ótima de realizar um intercâmbio do meu público de um lugar para outro. Uma forma de todo mundo se comunicar bem.
A repercussão tem sido ótima! Vejo muita gente abraçando o projeto e descobrindo o meu trabalho. Esse é o sonho de qualquer artista.
“Polaroid” teve uma recepção muito boa! É uma música que eu amo muito e que escrevemos na última vez que estive aqui no Brasil. Tem uma composição muito especial, principalmente, por ser em inglês mas com termos em português escondidos pela letra.
“Soca Fofo” também tem sido uma das mais bem recebidas até agora. É uma música que todos os envolvidos se apaixonaram de primeira, e se divertiram fazendo. Não tinha como dar errado. A produção mistura afro beat com funk batidão e pagotrap baiano, o que faz todo sentido do mundo já que tivemos produtores franceses com origens do Oriente Médio, África e Colômbia misturados com profissionais daqui do Brasil. É uma faixa muito divertida, com uma batida muito forte. O videoclipe agregou muito a história que nós contamos na música e a Vitty arrasou tanto na composição, quanto nos vocais e performance. Tivemos muitos nomes de peso no time, como a Penny Foster na composição (que trabalhou com a Lana em National Anthem), Lucas Vaz Machado e Tin co-produzindo, Arielle Macedo coreografando com o Quéops, o Ricco Soares na direção do clipe e Bruno Paiva contracenando comigo. Eu sou suspeita pra falar porque é um dos meus bebês, mas realmente acredito ser um dos meus melhores trabalhos até agora.
Vale tudo: conta pra gente 5 curiosidades sobre você?
1 – Fã obcecada de High School Musical
2 – Nunca assisti o Rei Leão
3 – Durmo com o mesmo ursinho desde que o ganhei no meu aniversário de 2 anos de idade
4 – A Cleo Pires já elogiou um lookinho que estava usando (foi demais)
5 – Acho mais difícil compor em português do que em inglês.