quinta-feira, setembro 19, 2024
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EXCLUSIVA | Loubet abre o jogo sobre a nova geração do sertanejo: “Criticar é fácil, trabalhar e estar na pele do outro que é outra história”

Vindo do Mato Grosso do Sul, Loubet se consagrou no sertanejo e hoje comemora 10 anos de carreira. Para o novo projeto, gravado em Curitiba, o cantor e compositor aposta na mistura entre o sertanejo raiz e o agronejo, reforçando a evolução do estilo.

Em entrevista exclusiva, o artista contou tudo sobre as suas referências ao longo dos anos, sua visão acerca do mercado da música, além de todos os detalhes do seu novo DVD, que contou com a participação de grandes nomes, como Clayton e Romário, Ana Castela, Luan Pereira, Us Agroboys e Murilo Huff. Confira o bate-papo na íntegra!

Você é considerado o precursor  do agronejo. Pode explicar um pouquinho pra gente sobre essa nova vertente do sertanejo?

Bom, eu não me considero precursor do agronejo porque tinha várias outras duplas que já faziam músicas falando do agro. Tem uma dupla no Paraná que se chama Davi e Fernando, que já vinha fazendo algumas músicas, o Antony e Gabriel…e agora essa vertente veio muito forte com o Léo e o Rafael, Us Agroboys, e também a Ana Castela e o Luan.

Claro, lá atrás eu também fiz algumas músicas, entre elas “Made in Roça”, “Muié, Chapéu e Botina”, que falam da Festa do Peão e do interior. Pra mim, o importante é a gente representar o sertanejo e falar do campo, que é a nossa vertente raiz.

Quais são as suas maiores referências na música?

Eu tenho várias referências musicais. Comecei a cantar escutando muito um projeto do Daniel que se chamava Meu Reino Encantado. Depois comecei a escutar muito Tião Carreiro, Ronaldo Viola, quando tive dupla de viola. Aí veio também os novos nomes da época, que eram Brenno Reis e Marco Viola, Jads e Jadson…tem várias referências. Depois, quando eu me lancei solo, comecei a escutar muito Milionário e José Rico, Matogrosso e Mathias…A gente tem muito nome forte no sertanejo, muitas pessoas

fizeram história, então não consigo citar só um artista porque são vários que foram influências para mim.

Loubet, a música “O Que Acontece Na Roça Fica Na Roça”, que você lançou com a Ana Castela, já soma quase um milhão de views no Youtube em apenas uma semana. Pode contar um pouquinho pra gente sobre a escolha da música, como surgiu a ideia de gravar com a Ana?

A ideia de chamar a Ana surgiu pela amizade que eu sempre tive com o empresário dela e, depois, com ela, que me tem como uma das suas referências. Inclusive, ela surgiu na internet cantando uma música minha, a “Vaqueiro Apaixonado”. E sobre a música, a gente “bateu bastante cabeça”, porque é difícil gravar uma música com a participação de uma mulher, uma vez que precisa ser uma letra que encaixa com os dois perfis. E ela foi composta pelo Rodolfo Alessi, que já entende tanto do meu trabalho, quanto do trabalho da Ana, e também pelo Gabriel Vittor e o Jota Lennon, dos Us Agroboys. E realmente encaixou perfeitamente. O ritmo, estilo, é bem diferente do que eu venho fazendo ao longo dos anos, mas a música ficou boa e tá dando o resultado que a gente esperava. Está até surpreendendo a gente, graças a Deus. Espero que perdure e as pessoas levem pra vida inteira. 

O seu DVD Loubet 10 anos de carreira traz 17 músicas inéditas e grandes participações. Você poderia contar um pouco sobre esse novo projeto?

A ideia de gravar esse DVD de 10 anos, em Curitiba principalmente, surgiu por eu ter uma ligação muito forte com o Paraná, que foi o Estado que mais abraçou a minha carreira desde o início, desde o primeiro disco. É um Estado onde eu sempre tive um ótimo público em todas as cidades em que me apresentei, principalmente em Curitiba, e sempre me surpreendeu bastante.

E é um DVD comemorativo em que eu não quis regravar nada, até porque eu já regravei várias músicas minhas. Só trouxe músicas inéditas e participações escolhidas com base na amizade, como Clayton e Romário, Ana Castela, Luan Pereira, Us Agroboys, Murilo Huff; e também a participação do Bruno e Barretto e Pedro Paulo e Alex numa música que foi para o nosso projeto Farra dos Brabu. Somam aí 16 faixas, mais essa música extra. E graças a Deus deu muito certo, recebemos o público esperado, tudo bem organizado e profissional. E tem muita novidade, músicas, vindo por aí, que eu espero que a galera goste, porque a gente preparou esse repertório com muito carinho.

Você tem uma carreira de mais de 10 anos na música sertaneja. Qual conselho você daria para aqueles que sonham em entrar para o mercado?

O conselho que eu tenho pra dar pra quem tá começando, que sonha em viver da música, é focar naquilo que tem mais facilidade e também no que tem mais de diferente. No meu caso, foram as composições e o timbre, que eram diferentes e ajudaram. Eu foquei muito nisso. Tentar sempre evoluir também, aprender cada dia mais e sempre fazer melhor, crescer. 

Você acompanhou o avanço do sertanejo de perto, ao longo da última década. Como você avalia a crescente popularização do gênero?

Eu acho que é um estilo que dominou a música brasileira porque sempre tocou mais no interior. Então eu acredito que é difícil de acabar. Sendo os modões antigos, atuais, os sertanejos mais pops…A galera do interior gosta mais do sertanejo do que de outros gêneros, diferente da capital. E a gente vê duplas antigas crescendo novamente, como Gian e Giovani, Edson e Hudson, Chitãozinho e Xororó, Bruno e Marrone, Matogrosso e Mathias, o próprio Leonardo. Eles voltaram com uma força, que há 10 anos não tinham tanto. 

Então é um estilo que sempre se fortalece, se reinventa. Os mais novos estão vindo com uma musicalidade muito bacana, com mistura de estilos, melodias, letras, conteúdos… Algumas misturas eu, particularmente, não gosto, mas faz parte. Se tá fazendo sucesso é porque alguém gosta. Criticar é fácil, trabalhar e estar na pele do outro que é outra história. Mas acredito que o sertanejo tá no caminho certo. E apesar das modernidades, o que é bom vai permanecer, como vem acontecendo com o passar do tempo. O modão raiz, sertanejo, é o que nunca vai acabar. 

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