domingo, novembro 10, 2024
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Exclusivo: Marina Elali fala sobre carreira, maternidade e novos projetos na música

Cantora, compositora, atriz, mãe e esposa. Marina Elali, de 39 anos de idade, natural de Natal, no Rio Grande do Sul, se divide entre as muitas funções vivendo em Miami, nos Estados Unidos, com a família. Com mais de 20 músicas em trilha sonora de novelas, filmes e minisséries, a artista já provou que tem talento para encarar o desafio que vier.

Filha de pai árabe, mãe nordestina e neta de Zé Dantas, compositor e parceiro do cantor Luís Gonzaga, Marina traz a versatilidade como marca registrada nos longos anos de carreira. Dona de sucessos no pop romântico, a cantora lançou recentemente a canção de ninar, “Dorme em Paz”. Marina também continuará levando músicas de Roberto Carlos em uma turnê no Brasil.

A artista bateu um papo exclusivo com o EntreMusic Brasil para falar sobre sonhos de infância, a conquista do espaço em trilhas sonoras, trabalhos marcantes, o processo da maternidade com o nascimento da primeira filha, Luna, a rotina nos Estados Unidos durante a pandemia do novo coronavírus, os novos projetos e muito mais! Confira abaixo!

Marina Elali
Foto: Reprodução/Instagram @marinaelali

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Em qual cidade você nasceu?

Nasci em Natal, Rio Grande do Norte. O Nordeste do nosso Brasil é lindo, tenho muito orgulho de ser de Natal. Morei lá até meus 17 anos, depois fui fazer faculdade nos Estados Unidos, em Boston. Logo após fui morar no Rio de Janeiro.

Onde mora hoje?

Hoje eu moro em Miami, mas tenho muito orgulho de ser nordestina. Aproveitando pra explicar um pouquinho, a família da minha mãe é nordestina e a família do meu pai é árabe, meu pai nasceu na Palestina. Elali é um sobrenome árabe. Minha vida sempre foi assim, essa mistura. Então morar em lugares diferentes é super tranquilo pra mim.

Você é cantora e compositora. Como descobriu que tinha talento para esse universo da música?

Naturalmente. Eu sempre gosto de falar assim porque quando eu tinha uns dois aninhos e meio, fui pra escola e comecei já a fazer aulinhas de ballet, e aí eu já comecei muito pequenininha a gostar de dançar, me apaixonei pelo ballet e, por causa dele, me interessei por música clássica e pelo piano. Na escola onde eu estudei, no Colégio Marista, de Natal, quando eu estava com 7 anos de idade eles criaram o primeiro coral da escola e aí eu fiz o teste, passei e comecei a cantar assim, naturalmente. Foi uma oportunidade que a vida me deu na hora. Depois eu fiz parte do grupo de teatro também da escola, na minha adolescência. Então sempre fui apaixonada por dança, pelo canto, pela atuação também, que é uma arte linda.

Quando eu era criança, brincava de ser artista, sempre falei isso. Eu tinha muitos primos que gostavam também dessa área, de música, artes etc., e minha família é muito grande, principalmente a do meu pai, lá em Natal. Sempre tinha muita festa e a gente montava um espetáculo para os aniversários. Era o aniversário do nosso avô, por exemplo, e eu imitava a Daniela Mercury (risos). A gente criava umas coreografias com as músicas que estavam fazendo sucesso na época e era assim. Fazíamos até os figurinos, era tudo muito organizado. Então brincando mesmo eu descobri que isso era o que me deixava muito feliz e é minha grande paixão. Já o lado de compositora, eu comecei escrever letras mais na minha adolescência. Adorava ficar acordada de madrugada escrevendo, cantarolava umas coisas, tinha um gravadorzinho que eu gravava as ideias, mas naquela época não tinha ainda essa compreensão. Antigamente, as coisas eram um pouquinho mais devagar, não é como hoje que o adolescente tem essa tecnologia toda.

Eu fazia umas melodias, mas não tinha certeza de que era compositora. Quando fui pra a faculdade de música, em Boston, tive que fazer várias aulas de harmonia e piano. Resumindo, fiz aula de piano clássico quando eu tinha 10 aninhos de idade, mas pouca coisa. Quando cheguei na faculdade, comecei a estudar o instrumento para as aulas de teoria musical e, quando eu vi, estava fazendo música, compondo, e aí eu descobri esse lado compositora. É uma coisa que eu amo fazer, amo compor. É muito bacana ver as pessoas cantando as minhas músicas. Nossa, a minha emoção quando entrou uma música minha em novela!

Eu tenho uma história com música em novelas. Nem todas foram composições minhas, mas várias foram. E ouvir uma música que eu compus assim, numa madrugada, no meu piano, é muito gostoso. É difícil de explicar, mas eu acho que, muitas vezes, as composições têm uma ligação até espiritual. Do nada vem uma ideia e eu fico tentando compreender, às vezes, de onde que vem a inspiração. É muito mágico, me sinto muito honrada de ter esse dom da música.

Eu faço tanto melodia quanto letra, então algumas músicas eu faço sozinha, outras com parceiros. Aproveitando, talvez isso seja uma herança genética porque o meu avô, Zé Dantas, foi um dos maiores parceiros de Luís Gonzaga. Mas eu não me comparo jamais ao meu avô porque ele foi um gênio. Sempre falo daquela música “ela só quer, só pensa em namorar…”, quem não conhece essa música, né? Ela é do meu avô, então não me comparo jamais! (risos). Inclusive, esse ano é até o centenário dele, bem especial, já fiz um projeto em homenagem a ele com a Rede Globo.

Com quantos anos começou a cantar e a compor?

Comecei a cantar com sete anos no coral da escola e a compor na adolescência, não sei exatamente em que momento, com quantos anos.

Quem te incentivou a investir nessa carreira?

Na verdade, fui eu que quis. Eu que cheguei pros meus pais quando estava com 14 anos e falei: “olha, eu quero ser artista, quero ser cantora”, e aí até os meus pais ficaram preocupados, ficaram achando que, de repente, era só um sonho de menina, uma coisa de adolescente, uma fase. Falei: “não, é isso mesmo que eu quero”. Tive que provar que eu tinha talento, que eu tinha condições de fazer, mas graças a Deus os meus pais me apoiaram, eu tive esse apoio dentro de casa. Me lembro quando falei pro meu pai que queria ser cantora e ele falou: “filha, mas eu preciso ouvir você cantando”, e eu era muito tímida. Eu cantava no coral, mas não cantava sozinha. Dublava nas festas, mas não era a minha voz mesmo. Tive que provar pro meu pai. Foi quando eu comecei a cantar pra eles ouvirem e meu pai falou: “nossa, você canta bem!”, foi interessante (risos).

Qual sua formação acadêmica?

Sou formada em música e canto pela Berklee College of Music.

Você fez algumas participações como atriz. Pretende investir na dramaturgia e no cinema?

Fiz por muitos anos esse curso de teatro que eu amava, então fiz várias peças na minha adolescência. Eu fui realmente convidada para fazer uma participação numa minissérie da Rede Globo, “O Brado Retumbante”, inclusive. Minha personagem contracenava com o grande Domingos Montagner e ele foi muito gentil. Foi uma honra imensa poder contracenar com ele. Fiquei muito feliz, não sei se faria outras coisas, mas se surgir um convite é claro que eu vou pensar com muito carinho. Mas confesso que acho que nasci mais pra cantar (risos). Acho que está tudo interligado, sempre digo que o cantor é um pouco ator. Sou bem dramática. Quando eu canto uma música, sempre interpreto um personagem. Às vezes até me emociono demais, choro no palco, é bem comum isso acontecer. Então eu me considero, no palco, uma “cantatriz” (risos).

Você emplacou músicas em diversas novelas, filmes e minisséries. Como é ver o seu trabalho na TV?

É mágico. Eu tenho mais de 20 músicas em trilhas sonoras e cada música eu comemorei, vibrei, me emocionei e chorei como se fosse a primeira. É uma emoção muito grande saber que meu trabalho está sendo reconhecido, chegando na casa de milhões e milhões de pessoas, não só no Brasil como no mundo, porque as novelas são vendidas para outros países. Isso, na verdade, era o maior sonho da minha infância. Eu até conto no palco uma historinha de quando eu era criança e comecei a sonhar em ser artista. Uma vez eu viajei de avião e fiquei olhando aquele monte de casinha, prédios. Com a cabecinha de criança eu fiquei pensando: “Como é que essas pessoas, que estão dentro dessas casas, vão ouvir a minha voz?” (risos). E aí um dia eu falei assim: “Já sei! Se eu cantar uma música numa novela da Globo, todo mundo vai ouvir a minha voz”.

Eu comecei a sonhar muito com isso. Fico até feliz, parece que sou criança de novo quando conto essa história, mas é porque é muito legal quando a gente sonha e consegue realizar um sonho. Eu fui pro Rio de Janeiro, não conhecia praticamente ninguém quando cheguei, fui batendo nas portas e as coisas, graças a Deus, aconteceram. Consegui mostrar uma demo na época, que é uma gravação ainda não finalizada, pra uma pessoa que estava trabalhando com o Jayme Monjardim. Ele gostou da gravação, da minha voz e foi a primeira pessoa que me deu a mão mesmo. Foi como eu entrei no mundo das novelas. A primeira música foi em “América”, depois veio “Páginas da Vida”, que foi realmente um boom. É muito especial, muito mágico. Sou muito grata a todas as pessoas que me ajudaram porque foram muitos, diretores, produtores… As pessoas que estão no meio sabem que não é tão fácil entrar numa trilha sonora, então é uma honra imensa. Sou muito grata e espero cantar em muitas outras trilhas, se Deus quiser, tanto de novela, filme, minissérie… o que for! É muito legal quando as pessoas gostam da novela e do personagem porque elas passam a gostar da sua música de uma forma muito natural. A música vai entrando ali na vida das pessoas de uma forma muito bonita. Peço muito a Deus que eu consiga ainda ter muitas oportunidades em outras trilhas porque é realmente uma alegria muito grande como artista saber que eu estou chegando na casa do Brasil inteiro, praticamente.

Qual estilo musical é o seu preferido?

Eu gosto de muitos estilos musicais por causa da minha criação. Minha mãe sempre gostou muito de MPB e meu pai também, mas como meu pai é estrangeiro ele sempre ouviu muita música árabe em casa e muita música internacional, como italiana, americana e inglesa. Eu cresci ouvindo muitos estilos de música. No Nordeste, eu também fui influenciada pelo forró e também por aquela onda que teve do axé que eu adorava, na minha adolescência. Tive a fase que eu era meio rockeirinha, adorava ouvir rock. Agora, eu amo música pop, de uma forma geral, e gosto muito de MPB.

Sou muito fã de Roberto Carlos, tenho um projeto, inclusive, em que canto só músicas dele, autorizadas pelo próprio Roberto. É piano e voz e quem toca é Eduardo Lages, maestro de Roberto Carlos. É um projeto lindo, na primeira semana de novembro vou fazer seis shows no Brasil e estou muito feliz em poder voltar. É a continuação de uma turnê que, na verdade, viajo desde 2018. Parou por causa da pandemia, mas é um show lindo que foi registrado, foi gravado pela Globo, tem alguns vídeos até no meu canal do YouTube. É bem especial esse projeto.

Se tivesse que escolher o que eu mais gosto é o pop romântico, esse pop que antigamente era Mariah Carey, Whitney Hounston, Celine Dion… Hoje a gente tem Adele, que representa muito bem, e eu também amo aquele pop tipo Dua Lipa, Ariana Grande. E, claro, nossa MPB maravilhosa, Caetano Veloso… Sou bem eclética.

Como você analisa o cenário da música brasileira hoje?

Acho que tem espaço pra tudo. Com a internet agora ficou bem mais democrática essa situação porque as pessoas têm mais facilidade em lançar o trabalho. Antigamente, você precisava de uma gravadora porque pra gravar um disco era muito caro. Você precisava que uma gravadora realmente investisse em você porque pagar horas de estúdio, antigamente, era uma coisa de louco. Mas agora, com essa facilidade, a pessoa consegue gravar um disco dentro de um quarto. Se você tiver um laptop, um microfone bom… são poucas coisas que você precisa pra gravar um disco. Inclusive, tem grandes artistas gravando assim, bem improvisado, porque é realmente possível e o resultado fica muito bom.

Como está mais democrático, tem um lado positivo porque as pessoas conseguem gravar, lançar e através da internet divulgar o seu trabalho, mas ao mesmo tempo eu acho que às vezes fica um pouco disperso porque, como tem muita gente, muito lançamento, tudo muito rápido, às vezes fica mais difícil, talvez, das pessoas conseguirem um destaque. Mas eu acho que tem espaço pra tudo e no Brasil a gente tem essas fases.

Como eu falei, na minha adolescência teve a fase em que o axé era muito forte, agora estamos vivendo a fase muito forte do sertanejo, que tem muita coisa bonita, umas músicas bem bacanas, artistas legais. Tem o funk, o pop, coisas novas surgindo. O Brasil é, como a gente brinca, quase um continente de tão grande, então é interessante ver porque tem coisas que fazem sucesso às vezes, por exemplo, só no Nordeste, e tem coisa que faz mais sucesso no Sul.

O Brasil é muito maravilhoso, essa diversidade musical é muito interessante. A gente tem uma riqueza de ritmos, estilos, artistas, que é incrível. Fico muito feliz de ver que o brasileiro consome a música brasileira. Tem muitos países que consomem muito o que está tocando no mundo pop, a música em inglês. A gente consome o que é internacional, claro, eu também adoro, mas é bonito ver como o brasileiro valoriza o que é nosso.

Quais músicas suas você enxerga como as mais marcantes da sua carreira?

Com certeza “Eu Vou Seguir”, que foi tema de novela. Essa letra eu escrevi com Dudu Falcão, que é um grande parceiro meu, e é uma das músicas mais importantes da minha carreira. Ela é uma música que vive até hoje e foi cantada, agora, no último “The Voice Kids”. Isso me impressiona muito porque é uma música que eu gravei e lancei há muitos anos, no início da minha carreira, e já está passando pra outras gerações. Já foi cantada muitas vezes em programas de auditório, no Raul Gil algumas vezes, e outras em “The Voice”.

É muito bacana ver a música passando pra frente. A letra dela é muito positiva, combina muito comigo, com meu jeito de ver a vida, que fala: “eu vou tentar sempre, acreditar que sou capaz de levantar uma vez mais”, e isso é muito a minha cara porque eu passo essa imagem e ela é real. A gente tem que acreditar, tem que continuar indo em frente, lutando. Isso é o que eu quero passar pra minha filha. É muito bacana ver como essa música influenciou positivamente muitos fãs, pessoas que estavam passando por dificuldades. Até hoje é uma das mais queridas dos meus fãs. E eu, frequentemente, sou acompanhada por gente jovem, que escuta a música na internet e fala: “Nossa, eu conheço o seu trabalho agora através dessa música”.

Além disso, é uma música muito positiva e que já ajudou muita gente em momentos de doença, depressão e de assuntos sérios assim. Eu sei porque os fãs me contam, desde a época da música eu recebia carta ainda. Bem legal saber que uma música minha tocou mesmo a alma das pessoas, então “Eu Vou Seguir” tem um espaço no meu coração muito especial.

Outra música é “One Last Cry”, a minha primeira que bombou mesmo em rádio. Ela chegou a ficar em primeiro lugar no Brasil e entre as mais tocadas durante muito tempo. A gente fez um remix que foi lançado também na Europa, outro nos Estados Unidos. Foi uma fase muito legal da minha vida. Naquela época em que o pessoal usava muito toque de celular, lembro que fui pra Portugal, estava andando no shopping, e ouvi minha música como toque no aparelho de alguém e falei: “Meu Deus, que loucura” (risos).

Então acho que “Eu Vou Seguir” e “One Last Cry” foram as duas de novela que mais marcaram. Outras duas muito importantes também são “Encontrei”, que foi tema de novela e é minha com o grande compositor latino Julio Reyes Copello, e “Dorme em Paz”, porque fiz essa letra pra minha filha. Apesar de eu estar lançando agora, ser ainda muito nova e não ter tanta história como as outras, é uma que tem uma letra muito especial e eu falo o nome da minha filha na música.

Você preparou um CD com músicas para ninar com 5 faixas. De onde veio a inspiração para o projeto?

A inspiração foi minha filha, Luna, que está agora com dois anos e quatro meses. Quando eu estava amamentando, sempre cantava. Eu comecei a cantar pra ela quando ela estava na minha barriguinha ainda. Aí um dia eu postei um vídeo no Instagram, eu cantando “Dorme em Paz”, um trechinho pra ela dormir. Era um vídeo superescuro, dentro do quarto e tal, e muita gente falou: “Nossa Marina, que coisa linda! Grava isso pra gente, eu quero botar pro meu filho dormir!” e quando eu li isso, falei: “Gente, que boa ideia! Posso compartilhar isso com as mamães e com as famílias que têm bebezinho em casa”. De fato, sempre ajudou muito minha filha a dormir e eu tenho recebido vários relatos de mães que falam: “Meu Deus Marina! Sua música parece um sonífero, eu coloco e minha filha dorme” e eu falo: “Gente, que benção!”. É tão difícil, às vezes, colocar o bebê pra dormir (risos).

Então espero que essa música e as outras cheguem na casa de muitas mamães, de muitos papais, pra ajudar mesmo, pra acalmar o ambiente. É uma música muito serena, tranquila, e depois vem as outras. O projeto vai ter participação do Padre Fábio [de Melo], inclusive acabei de gravar no Brasil o clipe e a gente vai lançar a música “Alguém no Céu” em breve. Estou muito feliz com a participação dele, ficou muito bonita. Também vai ter participação de Claudinha Leite, que já gravou a voz dela e a gente vai organizar tudo direito ainda. O projeto está ficando lindo, estou lançando faixa a faixa.

O clipe do seu primeiro single, “Dorme Em Paz”, traz um pouco do seu dia a dia como mãe. Como foi gravar com a sua filha?

Eu usei imagens reais do meu dia a dia. Peguei mesmo o rolo de câmera do celular e saí olhando o que eu tinha e representava bem a gente. Eu que editei o vídeo e foi muito difícil escolher as imagens porque eu amo tirar foto e filmar minha filha, acho que quase como todas as mães (risos).

É engraçado, você pega meu celular, desde que minha filha nasceu, praticamente só tem ela. Às vezes eu falo: “Vou postar uma foto minha”, mas não tem, só tem dela. Aí eu editei o clipe, coloquei os momentos que mais gostava: eu grávida, depois o nascimento dela, ela já maiorzinha, o aniversário de 1 ano… aniversário não, porque estávamos bem na pandemia, então só estavam eu, ela e o pai. O clipe é muito puro, lindo porque são imagens reais mesmo, não foi nada montado, tudo muito natural.

Como você enxerga o processo da maternidade?

A maternidade está sendo uma experiência incrível, aprendizado diário. Eu tinha muito receio de engravidar, medo de ser mãe, do parto, de amamentar. Mas aí a idade foi chegando e foi me dando uma vontade de ser mãe…Então minha gravidez foi planejada, eu me organizei pra dar uma parada, só não imaginei que depois desse tempinho ia ter uma pandemia.

Desde que minha filha nasceu, somos só eu e o meu marido aqui, o tempo todo. É uma correria o dia inteiro com ela, a gente que toma conta, faz comida, arruma a casa, limpa. E eu ainda tenho que estar toda diva sempre. Amanhã tem entrevista, tenho que acordar, me arrumar, ficar bonita e é assim, nessa correria a gente vai vivendo. Mas estou muito feliz, tenho aprendido e foi impressionante como os meus medos foram embora. Meu parto foi natural, sem anestesia, sem nada. A minha recuperação foi muito rápida, tranquila, e a amamentação foi uma das experiências mais lindas que já vivi na minha vida. Tenho certeza que se eu tivesse que escolher um dos momentos mais felizes com certeza escolheria a amamentação, porque foi muito mágico. Claro que, no início, teve aquele momento de muita dificuldade, o que é normal até a adaptação. Eu estou ali aprendendo, assim como o bebê. Tem a dor do peito e tal, mas depois que passou aquilo, foi muito gostoso, eu até tive muita dificuldade no desmame.

A minha filha mamou até quase os dois anos de idade e eu apoio todas as mamães que têm vontade de fazer isso. Também apoio as mamães que não têm vontade, não conseguem. Acho que a coisa mais importante da maternidade é a gente respeitar cada mãe porque o amor que a gente sente por um filho… É óbvio que toda mãe faz o melhor que pode, no momento que está, na situação que está, então eu estou aqui aprendendo todo dia, fazendo o melhor que eu posso pela minha pequenininha, tentando ser uma boa mãe. Acredito que eu estou conseguindo, mas estou muito cansada porque são já quase dois anos e meio aqui sozinha, com o paizinho dela, fazendo tudo.

Quem tem filho sabe que uma criança dá muito trabalho, mas foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida, ter a minha filha. Não existe nada que se compare a um abraço. Hoje mesmo eu estava aqui ouvindo a música nova de Adele e ela veio pro meu colo, peguei ela e a gente ficou dançando… nossa, eu fui às lágrimas de alegria! Tenho vivido momentos que eu não sabia que eram possíveis de existir, então é muita gratidão a Deus e Nossa Senhora de Fátima, pois eu pedi à ela pra engravidar, pra ter uma gravidez tranquila, ter uma filha saudável e deu tudo certo. A gente aprende todos os dias e, graças a Deus, só tenho a agradecer pela saúde da minha filha e pela vida dela.

Tem previsão para o lançamento das outras faixas nas plataformas digitais?

A próxima música vai ser “Alguém no Céu”, com participação do Padre Fábio, e o clipe está quase pronto, é a coisa mais linda desse mundo. A gente vai definir a data, mas vai sair, com certeza, ainda esse ano. Assim que eu tiver a data certinha, vou divulgar nas minhas redes sociais.

Quais seus próximos trabalhos?

Eu estou indo pro Brasil pra dar continuidade à turnê que se chama “Sucessos do Rei”, em que canto as músicas de Roberto Carlos com o maestro Eduardo Lages. Eu quero lançar oficialmente o projeto de DVD gravado quando eu estava grávida e é muito emocionante, inexplicável. Aí depois quero continuar lançando minhas músicas, pop, romântica que é o meu estilo, as minhas composições autorais.

Na verdade, eu nunca parei. Durante a pandemia eu lancei alguns clipes. As músicas foram: “Olha Pra Mim”, uma versão acústica com meu amigo Di Black, “Vai”, “Quem Ama” e “Faz Tempo”. Depois eu entrei no projeto da minha filha, mas eu consegui, mesmo durante a pandemia, produzir algumas coisas.

Agora quero continuar lançando minhas músicas e só peço a Deus que essa situação acabe o mais rápido possível. Que as pessoas se vacinem e que a gente consiga voltar ao normal, com shows. E eu peço a Deus que eu tenha sempre saúde pra continuar cantando pra vocês.

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Raphaela Dias
Raphaela Diashttp://www.entremusicbrasil.com
Jornalista, redatora no Entre Music Brasil e produtora de conteúdo na Deal's Art. Curiosa e apaixonada por boas histórias!

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