MC Luanna, Iza Sabino, Onnika e Ajuliacosta se unem em um projeto exclusivo para lembrar o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
Em parceria com a OneRpm, as cantoras lançam o single “Pantera”, que fala sobre a luta pela igualdade de gênero tanto no âmbito musical como social.
O novo projeto das rappers traz uma mensagem de empoderamento e independência, evidenciando as batalhas que enfrentam em busca da equidade entre homens e mulheres.
Em entrevista ao EntreMusic Brasil, elas contaram mais sobre o lançamento do single e compartilham suas histórias dentro do rap.
Confira agora a entrevista na íntegra:
Quando surgiu o convite pra fazer parte do single “Pantera”, que homenageia as mulheres negras?
MC LUANNA: O convite surgiu a partir da Letícia [antiga A&R da ONErpm] que, dentro da ONErpm, ela criou esse time a partir da ótica que ela tinha de identificar e intensificar a potência desse projeto, que acabou nos aproximando e, enfim, tudo que partia da pessoa Letícia, como profissional e como pessoa, eu confiava muito e foi isso.
O que esse projeto significa para vocês?
MC LUANNA: Acho que o projeto é importante para ressaltar nossa luta e a importância dentro do cenário e fora dele, no cotidiano, ainda que estejamos muito cansadas disso, sabe?
ONNIKA: O projeto significa representatividade, e um combo de uma parceria que eu sempre quis fazer com cada artista deste projeto.
AJULIACOSTA: Esse projeto foi importante para mim por estar junto com mulheres que admiro muito no cenário do rap.
IZA SABINO: Para mim, o projeto significou uma homenagem e representatividade. Na maioria das minhas músicas eu procuro passar esse tipo de mensagem, e estar junto com essas outras artistas que eu admiro falando disso, foi uma junção muito foda pra mim”.
A música tem o poder de amplificar vozes. Vocês acreditam que cada vez mais mulheres estão chegando à cena do rap e o ponto de igualdade com relação aos homens está próximo ou ainda muito distante?
MC LUANNA: Acho que a igualdade está muito distante, tanto quanto público, ou cenário, no sentido de contratação, de todos os lados, assim, tem essa diferença. Não é à toa que só nós falamos sobre isso, nenhum homem quer saber sobre, nem puxar nenhuma mulher, então acaba sendo desgastante bater nessa tecla e eu me conformei que nunca vai existir nenhum tipo de igualdade nesse meio.
ONNIKA: Sinto que elas estão superando sim. Hoje em dia o hip hop é cada vez mais rico de mulheres talentosas, e autênticas na sua estética,
AJULIACOSTA: O cenário do rap atual está rico em minas que tem feito seu corre, talentosas, com sua própria estética e contando sua história. Estamos passando por um bom momento, mas a igualdade dentro do gênero não está tão perto como eu queria, no meu ponto de vista, claro. Somos filhas rebeldes de um movimento que se caracterizou machista, ainda mais, falando dele no Brasil”.
Quando o rap surgiu na vida de vocês e o que ele representa?
MC LUANNA: “Acredito que, como qualquer jovem periférico, o rap surgiu na minha vida com Racionais e Realidade Cruel, que é um hino nacional de qualquer favelado, convenhamos”.
ONNIKA: “Sou uma mulher negra periférica, então, impossível não ter acesso ao rap nas ruas. Quando era menor de idade, sempre ouvíamos esse movimento de expressão, esse movimento originado de pessoas negras periféricas”.
AJULIACOSTA: “O rap nacional surgiu na minha vida ainda na minha adolescência, é um movimento que me trouxe identidade”.
IZA SABINO: “Surgiu na minha infância por influência do meu pai que sempre gostou de ouvir Racionais, foi fundamental para minha carreira e minha vida na adolescência. Eu sempre gostei de cantar, isso me fez ter vontade de compor, e foi assim que eu achei o meu lugar na música”.
3 coisas sobre cada uma de vocês que poucas pessoas sabem.
MC LUANNA: “Três curiosidades sobre mim? Tenho pavor de podcast, sou muito introspectiva e nunca fui a um zoológico”.
ONNIKA: “Eu era tímida para mostrar o que eu realmente sei fazer ,por exemplo, sei dançar, sei andar de skate, grafitar também e desenhos com traços mais finos, também sou muito estudiosa!. Sempre fui esforçada e sempre amei ARTE em si, tive acesso em Diadema, por isso sou grata”.
AJULIACOSTA: “Quem me ensinou as regras da rua foram os pixadores, amo muito esta arte da rua e tudo que aprendi com eles / Meu primeiro DVD de rap foi “1000 Trutas, 1000 Tretas” do Racionais MC’s / Já sonhei com o Sabotage algumas vezes”.
IZA SABINO: “Gosto muito de videogame e desenhos / Já fui DJ / Amo roles de pagode”.
Deixem um recado pra os leitores do EntreMusic Brasil. ♥️
MC LUANNA: “O recado que tenho hoje para falar é para continuar tendo a essência de vocês, mesmo nos momentos em que a gente questiona se realmente vale a pena ser nós mesmas”.
ONNIKA: “Queria agradecer a todos pela oportunidade! E cada uma entregou sua própria ideia de resiliência e expressão de fala, fomos pensando e conversando para inspirar mulheres e mulheres pretas que estão traçando suas metas, sendo artista ou não. É um belo rap com o melhor da new era. Um beijo da ONNiKA, espero que se identifiquem”.
AJULIACOSTA: “Quero agradecer aos que nos apoiam e fortalecem nosso corre”.
IZA SABINO: “Me sigam nas redes sociais (@izasabino_). Me siga no Spotify e escutem minhas músicas! Beijos!”
Assista agora PANTERA
Escrita por Daniele Santos de Oliveira, supervisão Editor.