Nascido e criado no mundo do cinema, teatro e circo, Pedro Golfiman, com pais diretores, sempre foi apaixonado pela dramaturgia. Ele começou a carreira aos 7 anos e aos poucos foi aperfeiçoando suas técnicas.
Hoje ele já conta com grande repertório, como “B.A: O Futuro Está Morto”, da HBO Max, e “Tarã”, da Disney+, na qual Pedro faz o papel do filho de Angélica e Bruno Garcia, e tem a chance de atuar ao lado de outros grandes nomes, entre eles Xuxa Meneghel, Fafá de Belém e Lana Guelero.
Em entrevista ao EntreMusic, Pedro Goifman conta sua trajetória e vivências no mundo do cinema. Confira:
Pedro, quem te inspirou a seguir a carreira de ator?
Tenho muitas inspirações na arte, tanto de atores como em outras áreas. Já trabalhei com muitas pessoas que sonhava, o que foi incrível e espero reencontrá-las em novos projetos. Porém, as minhas maiores inspirações são as minhas duas avós, Berta e Thereza. A Berta, mãe do meu pai, está com 90 anos e ainda é uma pianista incrível. Ela é uma mulher muito inspiradora, lutou muito contra a ditadura militar e foi muito forte em muitos momentos. A Thereza começou a trabalhar com cinco anos de idade, cantando em um circo. Com a mesma idade passou a ser empregada doméstica e não voltou mais para as artes, mas a veia artística está presente de maneira muito forte na família.
Recentemente você protagonizou a série de sucesso “B.A.: O Futuro Está Morto”. Como surgiu o convite e como se preparou para o papel?
Ter feito “B.A.: O Futuro Está Morto” foi algo incrível para mim. O maior set que eu já fui, cenários incríveis, profissionais maravilhosos e uma história deliciosa para contar.
O processo de testes até ser selecionado para fazer o personagem foi extenso. Mandei self-tapes (testes gravados em casa) e fiz um teste presencial. A partir disso, fui selecionado junto de 40 jovens para fazermos uma oficina de um mês, que seria o teste final.
Essa oficina serviu para desenvolvermos a química entre o elenco, que foi aprofundada no processo de preparação.
Quando descobri que ia fazer o Tomás, me debrucei no roteiro e no quadrinho (porque a série é inspirada no quadrinho “O Beijo Adolescente”, do Rafael Coutinho) para entender mais sobre o personagem. Também fiz muitos exercícios de improviso para investigar o universo e busquei inspiração em rock stars como o David Bowie e o Cazuza para a composição do Tomás.
A oficina foi conduzida pelas brilhantes Larissa Mauro e Fernanda Rocha, e a Fernanda continuou conosco no processo de preparação.
Pode contar curiosidades de bastidores?
Posso! A dinâmica do elenco foi de muito carinho e união, o que rendeu boas curiosidades.
Uma delas é que a minha relação com a Ingrid Gaigher, que faz a Kika, irmã do Tomás (personagem que interpreto) foi muito bonita e nos chamamos de “hermanita” e “hermanito” até hoje. Os nossos personagens têm muitos atritos, mas fora de cena era só amor – o que fez com que criássemos uma camada profunda para as cenas, com uma cumplicidade presente mesmo nos desentendimentos.
Outra situação curiosa de bastidores foi quando, ainda na fase de testes, eu e o Ben estávamos conversando e ele me perguntou com quem eu me identificava mais, o Ariel ou o Tomás (dois dos personagens principais da série). Eu respondi que achava que eu tinha mais a ver com o Ariel. Perguntei de volta e ele disse que se identificava com o Tomás. Acabou que eu fui o Tomás e ele o Ariel!
Além disso, eu, o Antonio Haddad e a Sabrina Nonata nos reencontramos, depois de termos gravado o filme “Guigo Offline” juntos, quando éramos crianças. O momento do reencontro foi muito lindo e foi emocionante trabalhar novamente com esses atores espetaculares.
Qual o trabalho mais marcante da sua carreira? E qual o mais desafiador?
É muito difícil escolher um trabalho só como o mais marcante. Já fiz muitos projetos e tenho um carinho imenso por cada um deles. Posso citar aqui os que mais foram viradas de chave na minha carreira.
Desde criança, encarei a atuação como um trabalho (que me divirto muito fazendo e nunca fui obrigado pelos meus pais). Porém, foi com “O Olho e o Zarolho”, curta-metragem que gravei quando eu tinha oito anos, que eu entendi que dava pra viver sendo ator e que aquilo era uma profissão possível, além de uma brincadeira muito divertida. A direção da Juliana Vicente e do René Guerra fez com que eu me apaixonasse ainda mais pela atuação e pelo cinema. Eles são meus amigos até hoje e voltei a trabalhar com o René quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, no meu segundo longa-metragem, o “Guigo Offline”.
Outro trabalho que tenho que destacar é o filme “Califórnia”, dirigido pela Marina Person. Foi meu primeiro longa-metragem, que gravei quando tinha 11 anos. A Marina é uma diretora maravilhosa, que conduziu as filmagens com maestria. Além disso, eu tinha uma família incrível. Fui irmão do Aren Gallo, filho da Virgínia Cavendish e do Paulo Miklos e sobrinho do Caio Blat. Que luxo! Nesse filme também conheci a Gilda Nomacce, com quem tenho uma relação de muito carinho, e o Caio Horowicz, que é um atorzão e, assim como eu, estuda na Escola de Arte Dramática da USP, a EAD.
Certamente “B.A: O Futuro Está Morto” também entra nessa lista. Foi meu primeiro protagonista e minha estreia nos streamings. Acho que foi o personagem mais desafiador que eu fiz. Me aprofundei muito no Tomás, tendo que entender suas dores e passando por muitos sentimentos diferentes. Foi difícil, mas uma delícia!
5 curiosidades sobre Pedro Goifman
- Também sou diretor e roteirista (E esse ano deve sair “SIM”, meu primeiro longa-metragem como diretor).
- Eu tenho fobia de ralo (um medo e aflição completamente irracionais)
- Eu tenho um namoro aberto com a atriz e bailarina Beatriz Galli
- Sou ator desde criança e sempre fui apaixonado por isso
- Além de atuação, também estudo palhaçaria e malabarismo
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