Nascida em Santos, Alana tem bacharelado em farmácia e já trabalhou como redatora publicitária. Em 2011, com suas experiências e ao lado de seu companheiro Konrad Dantas, criou a marca KondZilla, que hoje é a maior gravadora do país e o canal com mais inscritos do Brasil.
Em 2021, Alana lançou o selo da HERvolution que promove a criação de espaço e protagonismo para talentos femininos da música urbana. Recebeu no mesmo ano um convite para um programa semanal na RedeTV e também foi indicada junto ao seu selo para o WME 2021, ganhando em nome de sua marca.
Em entrevista ao EntreMusic, ela conta sobre a criação de seu selo e como consegue conciliar todas as atividades da vida profissional. Confira:
Alana conta pra gente um pouco da história da KondZilla?
A KondZilla teve seu início em maio 2011 com o Konrad dirigindo videoclipes para MCs e artistas de outros gêneros musicais e subindo o vídeo no canal dos próprios artistas, o primeiro desses sucessos foi Megane do MC Boy do Charme, que ultrapassou a marca de 1 milhão de visualizações no Youtube em menos de um mês, o que, pra nós, é muito significante por sermos da Baixada Santista e o MC Boy do Charmes também. Foi então que vimos a oportunidade de crescimento e de levar o funk e a quebrada por todo Brasil, investimos e surgiu o Canal KondZilla em 2012.
Anos depois, em 2017 nasceu o selo KondZilla, agenciando os maiores artistas da música urbana.
Muito além de músicas e videoclipes, a KondZilla entrou de cabeça no entretenimento audiovisual com a criação de SINTONIA, uma série Original NETFLIX – a série de língua não-inglesa mais assistida do mundo. Em 2021 entrou na televisão aberta com o programa HERVOLUTION na RedeTV, um projeto criado por mim dedicado para mulheres da música urbana e audiovisual. Também tivemos o programa É o Fluxo! no Multishow, o documentário da Lexa pela Globoplay e o filme Escola de Quebrada pela Paramount Plus.
E claro, como todo esse crescimento, nossa atuação na publicidade também é equivalente, com 1 trabalho premiado no Prêmio Caboré e 3 trabalhos premiados no Festival de Cannes (para saber mais sobre as campanhas KondZilla e Hervolution acessar o instagram @kondzillanegocios)
Hoje, além de sermos uma holding referência no entretenimento musical e audiovisual, também temos o Instituto KondZilla, atuando no desenvolvimento e capacitação das juventudes periféricas.
Quando você acha que aconteceu a grande virada de chave da Kond?
Acredito que tivemos várias viradas de chaves e todas elas foram importantes para ajustar o curso do barco. Todas as grandes decisões, os grandes momentos, os lançamentos de campanhas ou primeiros projetos vieram de viradas de chave, de enxergar uma oportunidade até então inexplorada.
Qual o diferencial de um artista da KondZilla?
Um artista da KondZilla é aquele que se dedica e trabalha em sua carreira e tem a fama como consequência.
Um artista KondZilla está disposto a explorar ao máximo seus talentos e participar dos processos criativos junto com a equipe. É um artista que aceita opinião dos nossos A&Rs, que topa novas experiências musicais e artísticas, nos possibilitando trabalhar e desenvolver sua carreira 360.
Como você se divide entre a Kond, o selo Hervolution e as outras atividades?
Não divido (risos). Eu sou a KondZilla, sou o Hervolution e sou a Alana. Sou empresária, sou sócia, sou esposa, sou mulher, sou filha, sou mãe de pet, sou amiga e por ai vai. Brincadeiras e verdades a parte, tenho equipes incríveis comigo, tanto na KondZilla quanto no Hervolution e na minha vida pessoal também que me permitem transitar por todos esses universos com tranquilidade, sabendo que todas as ideias serão bem executadas. Mas sim, gosto de acompanhar tudo de pertinho, meu trabalho, principalmente com a música é meu xodó.
Recentemente você recebeu o convite para integrar a Comissão de Música de 2024 do Rio2C, o maior encontro de criatividade da América Latina. Conta pra gente sobre esse novo desafio?
Para mim é uma honra ter recebido esse convite do Zé Ricardo e do Rio2C! É gratificante demais poder integrar uma comissão que abre portas para artistas em ascensão, especialmente porque eu, há algum tempo dedico algumas horas para conhecer novos artistas, novas histórias e agora, dentro da Comissão de Música do Rio2C, poder continuar explorando e ainda conectar com colegas do mercado é sempre uma experiência enriquecedora.
É a minha primeira vez nesse comitê e espero estar nos próximos anos.
Como você enxerga o posicionamento feminino no mercado da música?
Vejo uma crescente constante que me dá esperanças de um futuro, mesmo que distante, mais igualitário.
Mas não podemos nos contentar com apenas termos mulheres no mercado, precisamos lutar e capacitar parar temos mulheres em posições de liderança, com autonomia, poder de decisão e diversidade. Ai sim, poderemos dizer que temos um posicionamento relevante de mulheres no mercado da música.
Mas aqui cabe finalizar com uma pergunta: Qual o espaço que a indústria está dando para essas mulheres?
Quais são as perspectivas do mercado da música para 2024?
Me chamou atenção um movimento de conscientização muito bacana no mercado da música esses dias, principalmente no que diz respeito a relação:
consumo x números online x cachê x ticket x público e poder aquisitivo, e como fechar essa conta para que os shows continuem acontecendo de forma acessível ao público e não ficar apenas restrito a festivais.
Vejo também a crescente profissionalização e globalização da música urbana brasileira no que diz respeito a presença em TV, novelas, filmes e campanhas publicitárias globais.
Espero que em 2024 e nos anos seguintes o público passe a buscar e consumir mais os artistas que estão surgindo, iniciando a carreira e que ainda não chegou no “mainstream”, existe muito talento no “underground”. E claro, espero ver sempre uma maior presença feminina, não apenas nos lineups, nas playlists, nos estúdios, nas campanhas e também em cargos executivos em grandes gravadoras e distribuidoras.
Deixe um recado para aqueles que sonham em seguir a carreira artística.
Acredite em você, no seu sonho, no seu potencial e corra atrás quantas vezes forem necessárias, é fazer ATÉ dar certo e não para ver se vai dar certo. Tenha a fama e o dinheiro como consequência e não como objetivo. Muitas vezes o reconhecimento pelo seu trabalho vai vir antes de tudo isso e não deixa de ser gratificante.
Seguir a carreira artística é um trabalho como qualquer outro, precisa de estudo, dedicação, renúncias e profissionalização constantes.